UMA CIÊNCIA HUMANA CHAMADA INFORMÁTICA

27/07/2019 13:05

 

Agora existe uma ciência humana chamada informática. Que nome mais feio para uma ciência. É uma desgraça o fato da informação substituir a cultura.

Um cego é um prisioneiro. Há muito tempo estou cego. Comecei a ficar cego quando comecei a enxergar… Escritor argentino: JORGE LUIS BORGES (Jorge Francisco Isidoro Luis Borges) nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 24 de agosto de 1899, e faleceu em Genebra, Suíça, em 14 de junho de 1986, aos 87 anos incompletos.

 

Brasileiro adora novidade, estamos entre os países que adotam mais rapidamente novas tendências, principalmente tecnológicas. Se por algum tempo houve temor e resistência em aderir a novos dispositivos ou aplicativos, a realidade hoje é muito diferente – estamos abertos a mudar nossos hábitos com a utilização de tecnologias inovadoras, principalmente na Internet.

 

Essa postura moderna, no entanto, camufla a deficiência da população em entender os perigos e os riscos do mundo virtual. Estamos mais do que nunca expostos a ataques cibernéticos, já que o nosso interesse por novidades tecnológicas não é acompanhado pela preocupação com os riscos e a segurança digital.

 

A falta de conscientização no país para compreender as ameaças presentes no mundo virtual (web, redes sociais) faz-nos expormos nossas vidas, dados pessoais e privacidade, pois avaliamos muito superficialmente as informações que recebemos e não nos preocupamos em clicar sem saber a procedência de um link.

 

O que é um Timoneiro em uma Embarcação: ele é um chefe, cabeça, capitão, comandante, condutor, diretor ou dirigente. Será que verdadeiramente estamos no controle ou estamos sendo manipulados?

 

Os timoneiros autônomos do mundo virtual As raízes da teoria cibernética O termo cibernética é grego ??ße???t?? ( kubernites , que se refere ao timoneiro, que governa o barco). A palavra “cibernética” também foi usado em 1834 pelo físico André-Marie Ampère (1775-1836) para designar as ciências de governo em seu sistema de classificação do conhecimento humano. Se tratando da navegação virtual o problema é que no século 21 todos se sentem capitães desta navegação sem fim. Na verdade é uma grande armadilha que prende e manipular a maioria de seus usuários.

Infelizmente, qualquer um de nós pode ser vítima de criminosos virtuais, mesmo que não tenhamos bitcoins em nosso nome ou acesso a redes visadas (como o sistema de grandes empresas). Afinal, quem nunca recebeu um SMS ou e-mail com uma mensagem do tipo: “parabéns! Você foi premiado com um iPhone“, “atualize sua senha ou seu internet banking será bloqueado“, “veja fotos do vencedor do Big Brother Brasil com a nova namorada“, entre tantas outras. Parece óbvio que esses comunicados são maliciosos e não devem ser clicados, mas esteja certo de que muitas pessoas desatentas irão faze-los e tornar a internet ainda mais perigosa.

 

Um mundo virtual é um ambiente imersivo simulado através de recursos computacionais, destinado a ser habitado e permitir a interação dos seus usuários através de avatares (representações personificadas do usuário dentro do ambiente digital). Possuem o conceito de persistência, isto é, os estados de seus objetos se preservam independente da presença do usuário.

No início do século XX, Franz Kafka escreveu uma Pequena Fábula (*) “‘Ah’, disse o rato, ‘o mundo torna-se cada dia mais estreito. A princípio era tão vasto que me dava medo, eu continuava correndo e me sentia feliz com o fato de que finalmente via à distância, à direita e à esquerda, as paredes, mas essas longas paredes convergem tão depressa uma para a outra, que já estou no último quarto e lá no canto fica a ratoeira para a qual eu corro’. – ‘Você só precisa mudar de direção’, disse o gato e devorou-o”.

Em primeiro lugar, é preciso salientar o caráter fabular da breve história kafkiana. Animais com características humanas vivenciam experiências e procuram torná-las inteligíveis para si próprios – e para os leitores. Animais sociais que somos nós não vivemos em meio à natureza sem a mediação das transformações históricas. Assim, o processo de identificação entre o leitor humano e as personagens animais apresenta, desde o princípio, um sentido trágico e cínico para a fábula: como a humanidade ainda não conseguiu superar as contradições de um capitalismo voraz que arremessa seus súditos em relações de competição contínua e autofágica, a personificação dos animais e a animalização das pessoas medem a distância histórica entre a utopia não realizada e a distopia de nosso cotidiano.

A meu ver, a atualidade de Kafka reside na plasticidade da moldura de seu labirinto, cujas galerias comportam os entrechoques das mais diversas teses e antíteses. Analisemos, então, o modo pelo qual a forma distópica, em estreito diálogo com as contradições históricas, transforma os discursos utópicos em antecâmaras do labirinto, ao fim do qual a saída não passa de uma nova entrada.

 

Kafka me faz ver mesmo sendo de em outro período da história que as armadilhas são as mesmas, mesmo sendo comparativas, mas o tempo e os espaços se preenchem, como uma viagem no tempo.  A ratoeira da manipulação é somente a isca para a humanidade que continua distraída sem perceber o que acontecerá com todos nós no final...

                                                                                                                                                                                   Adaptado por: José Iran Nias.